sábado, 17 de janeiro de 2009

Entrevista do Victor pra o site "Uai"


São seis álbuns gravados e mais de 700 mil CDs vendidos. Nos últimos dois anos, cerca de 7 milhões de pessoas assistiram aos shows da dupla Victor & Leo. Se é fenômeno da noite para o dia, ninguém explica, mas que eles parecem ter vindo pra ficar, é inegável.
No lançamento de Borboletas, o Ragga Drops conversou com Victor sobre fama, mulherada, música, estrada e um bom relacionamento entre irmãos.


De um lado dos maiores sucessos sempre estão as bandas de rock. Do outro, as duplas sertanejas. Mas a gente vê preconceito do público entre um e outro. Como você vê isso?

Victor: Não sei, porque sou roqueiro pra caramba. Adoro rock. Como vou meter pau naquilo que gosto? A música que canto é composta e produzida por mim, então não tem nada a ver com muita música sertaneja que se conhece, é algo muito próprio. Tem muitos roqueiros que vão aos shows da gente e não gostam de música sertaneja. Nosso som é muito peculiar... Sou suspeito pra falar porque sou eu quem a faz, mas nossa música tem um formato muito diferente e, qualquer pessoa que for a um show nosso, vai perceber um público muito diverso, de várias tribos, que freqüenta nossos shows e gosta muito. Nunca, nenhum roqueiro famoso ou anônimo meteu o pau no meu trabalho. Não que eu saiba, então, só posso retribuir isso. Já vi meter pau na música sertaneja, em outras duplas, mas comigo e com o Leo, nunca aconteceu.

Só uma, das várias comunidades sobre vocês no Orkut, tem mais de 8 mil mulheres. Se chama “Victor e Leo - Só para Mulheres”. E aí? Como é essa relação com as fãs?

Victor: Não conheço essa comunidade. São muitas? Nossa relação com o público feminino é muito positiva e saudável. Lógico que existe um assédio grande. Mas a gente leva isso de uma maneira muito tranquila e respeitosa. Não nos consideramos sex symbols. Somos, acima de tudo, músicos. A gente sobe no palco pra fazer música e não gracinha. Nossa questão sensual é muito natural e artística. Mas a gente tem respeito e uma reciprocidade muito grande com o carinho e todo o assédio do público feminino.Por que escolheram Uberlândia pra morar?

Victor: Mudamos pra cá em 2007 porque é um lugar mais centralizado. Pra podermos viajar pra diversas partes do país e, como aqui é o centro, existe um facilitador muito grande de logística de viagem. Fora que a cidade é muito tranquila. Até então, morávamos em São Paulo, que é muito agitado e um pouco diferente do que a gente gosta. Viajamos demais e acabamos ficando pouco em casa, mas quando estamos, preferimos um lugar mais tranquilo, como é Uberlândia.

Esse um ano e meio de diferença de idade entre vocês fazia com que brigassem mais ou menos quando crianças?


Victor: Quando crianças não. Na adolescência teve uma fase que a gente brigava bastante. Existia muito atrito, quando as diferenças de personalidade surgiram. Mas, com o tempo, a gente foi amadurecendo e vendo que muitas das brigas eram bobas e nos faziam sofrer porque a gente sempre se amou muito. Temos um carinho muito grande um pelo outro e, quando a gente brigava, me lembro que nos sentíamos muito mal. Tiveram as desculpas, em primeiro lugar e, hoje, a gente tem uma relação de muito mais respeito, maturidade e diálogo. Ainda existem diferenças entre nós, mas a maturidade nos proporcionou fazer com que isso se revertesse em nosso favor. O que o Leo tem de positivo e eu não, ele me passa e aceito. Com ele, da mesma maneira.


O novo CD, Borboletas, será trabalhado até quando e onde? Vocês gravaram em espanhol também.

Victor: O CD chegou em novembro nas lojas. A gente produziu e entregou pra gravadora, pra fazer a distribuição. A partir daí, acho que fica com a música. Ela é que leva multidões aos shows, não nós. Apenas representamos a música. O trabalho que ela faz, de entrar na vida das pessoas, mexer com o interior, é da música, não nosso. Depois que você lança, o trabalho fica com ela. Mas, como você representa, acaba sofrendo uma certa influência da consequência que ela gera

Quantas pessoas viajam na equipe de Victor e Leo?

Victor: Na estrada são, mais ou menos, umas 35 pessoas. Tocando sou eu, mais um violão de apoio, a bateria, contrabaixo, e um acordeão, somente. E o Leo... São dois roadies, dois técnicos de som, o técnico de PA e de palco. O iluminador, um assistente de palco, o camareiro, os seguranças da gente, os da equipe, tem produtor de assessoria e um de estrada, tem os motoristas, carregadores e montadores de cenário e de iluminação, tem uma galera. Mas é só o necessário, nada em níveis luxuosos, apenas o pessoal que é necessário e a equipe que a gente precisa.

Entre 2007 e 2008, quase 7 milhões de pessoas assistiram aos shows de Victor e Leo. Isso dá quanto na conta bancária?

Rs. Aí não conta... Rs. É uma tristeza... Prefiro mil vezes os números que calculam espectadores do que os da minha conta bancária. Se eu te mostrar, você vai se surpreender e a gente vai sentar pra chorar junto.


“No mais estou indo embora”

Contamos para o Victor que sempre fazemos um conteúdo extra pra colocar nessa página aqui do lado e perguntamos o que ele acharia bacana estar linkado a imagens deles. Se liga na resposta:
Poderia falar dos ídolos nordestinos que exercem uma influencia tão boa na música brasileira. Acho que os jovens hoje deveriam ter mais acesso à músicas de gente como Alceu Valença, Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho... Existe um celeiro musical tão rico no Nordeste e tão pouco explorado pela juventude, que isso não deveria se perder em momento algum. Isso é, pelo menos, uma indicação minha. Esses dias, a gente fez uns shows no Nordeste e estava pensando isso “Poxa, há quanto tempo você não vê o Fagner cantando na TV?” São canções tão ricas. O próprio Alceu Valença faz tão pouca mídia. Talvez porque queiram mesmo, mas acho que o acesso da juventude atual deveria ser explorado por essa musicalidade deles, que é muito rica.”



Você já conhece e nem sabe?

ALCEU VALENÇA

Victor: Pernambucano de São Bento do Uma. Ficou conhecido por unir regionalismo com o som elétrico da música pop. Ou seja, baião com guitarra.
Você já deve ter ouvido: La belle de jour
“Seus olhos azuis como a tarde, na tarde de um domingo azul, la belle de jour”

ELBA RAMALHO

Victor: Atriz e cantora paraibana, nasceu na cidade de Conceição. Estourou em 1978, ao cantar e atuar no musical A ópera do malandro, de Chico Buarque. É intérprete.
Você já deve ter ouvido: De volta para o aconchego
“Estou de volta pro meu aconchego trazendo na mala bastante saudade”

FAGNER

Victor: Cearense de Orós, tem mais de 31 CDs gravados. Seu maior sucesso bateu recorde em cima de Roberto Carlos e é uma das músicas mais executadas do Brasil:
Você já deve ter ouvido: Borbulhas de amor
“Quem dera ser um peixe para em teu límpido aquário mergulhar. Fazer borbulhas de amor pra te encantar”

ZÉ RAMALHO

Victor: Esse, com certeza, você já ouviu no forró. Nem que seja uma versão. Zé Ramalho é paraibano de Brejo da Cruz. Misturou cultura nordestina, jovem guarda e Pink Floyd.
Você já deve ter ouvido: Chão de giz
“Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz. Há meros devaneios tolos a me torturar”

Fonte: Site Uai

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